Continuando na Graça
Despedida a congregação, muitos dos judeus e estrangeiros piedosos convertidos ao judaísmo seguiram Paulo e Barnabé. Estes conversavam com eles, recomendando-lhes que continuassem na graça de Deus. Atos 13:43
Sim, podemos estar na graça, mas também podemos estar fora dela. A ideia de que uma vez tendo aceitado a Cristo jamais nos perderemos é contrária aos ensinos da Bíblia. “Vocês, que procuram ser justificados pela Lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça”, escreveu Paulo aos gálatas (Gl 5:4).
Uma coisa é começar uma corrida, outra bem diferente é completá-la. “Vocês corriam bem. Quem os impediu de continuar obedecendo à verdade?” (v. 7). Muitos iniciam a jornada rumo ao Céu, mas poucos chegam aos portões da cidade de Deus: “Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram”, disse o Senhor (Mt 7:14).
Há muitos anos, uma visão da vida cristã foi dada a uma jovem, Ellen Harmon. Nela, a jovem viu um caminho estreito e ascendente que se tornava cada vez mais íngreme e estreito. Uma grande multidão iniciou a jornada, mas muitos, sobrecarregados com as posses e os cuidados da vida, caíram ao longo do caminho. Alguns desanimaram e desistiram. Mas outros mantiveram o olhar fixo em Jesus e completaram a jornada rumo ao lar celestial (ver Primeiros Escritos, p. 14, 15).
Provavelmente, todo mundo que ler essa descrição conseguirá pensar em alguém que começou, mas desistiu. Talvez um irmão, o cônjuge, um filho ou quem sabe um amigo. Pessoas que desistem e pessoas que completam – o que faz a diferença? Continuar na graça, como Paulo e Barnabé disseram aos recém-conversos da cidade de Antioquia (atual Turquia).
A graça, o dom imerecido de amor e salvação de Deus, nos conduz para um relacionamento íntimo com Ele. Ouvimos, o Espírito fala ao nosso coração, respondemos sim e nos tornamos filhos de Deus, filhos da graça. Agora, para o resto de nossos dias, devemos continuar crescendo nesse relacionamento.
Toda vez que não valorizamos um relacionamento, ele começa a morrer. Toda vez que deixamos de valorizar a graça, começamos a perdê-la. Continuar pode soar como algo maçante, até mesmo chato. Continuar, porém, é a essência da melhor e mais linda experiência da vida: continuar num relacionamento de amor com Alguém mais precioso do que a própria vida, continuar esforçando-se por um nobre objetivo, continuar na integridade, “tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo” (Ellen G. White, Educação, p. 57).